
Mais de 100 armas foram apreendidas e dois endereços do empresário foram interditados. Operação cumpriu 30 mandados de busca e apreensão em seis cidades do norte do estado.
Um empresário foi preso na manhã desta terça-feira (11), em Cornélio Procópio, no norte do Paraná, durante uma operação do Ministério Público que investiga a venda ilegal de armas.
Dono de uma loja especializada e de um clube de tiro na cidade, ele é suspeito de desviar e comercializar armamento de forma irregular. Mais de 100 armas foram apreendidas, e seus dois estabelecimentos foram interditados.
Operação contra comércio ilegal de armas
A ação contou com o apoio do Exército Brasileiro e da Polícia Militar (PM). Além da prisão do empresário, 30 mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) em seis cidades da região: Sertaneja, Uraí, Santa Mariana, Jataizinho, Primeiro de Maio e Londrina.
Na quinta-feira (13), a operação teve uma segunda fase, com o cumprimento de mais 18 mandados de busca e apreensão em Cornélio Procópio, Nova América da Colina, Nova Fátima, Rancho Alegre, São Jerônimo da Serra, Congonhinhas, Ribeirão do Pinhal e Arapongas.
Investigação começou em 2022
De acordo com o promotor Guilherme Franchi, a investigação teve início em 2022, com o objetivo inicial de combater o tráfico de drogas.
No entanto, durante uma operação em 2023, a análise do celular de um dos investigados revelou conversas que indicavam um esquema ilegal de venda de armas e munições, envolvendo o empresário preso.
“Os materiais apreendidos nos levaram a um CAC que comprava munições ilegais do lojista. Em uma nova etapa da investigação, foram cumpridos mandados contra esse CAC e o empresário. A operação de hoje é um desdobramento dessas apreensões feitas em 2023. O volume de informações encontrado foi grande e exigiu tempo para análise e organização desta ação”, explicou o promotor.
Empresário é CAC e tinha permissão para comercializar armas
O Ministério Público informou que o empresário preso também possui registro CAC e tinha autorização para vender armamentos legalmente. No entanto, o esquema envolvia armas sem registro, o que levou ao início da investigação.
Mais de 10 armas e diversas munições foram apreendidas durante a operação.
O promotor ressaltou que, para obter a nomenclatura de CAC, é necessário passar por um rigoroso processo de credenciamento junto ao Exército Brasileiro. Apenas após a aprovação, o indivíduo pode adquirir armas para coleção, tiro esportivo ou caça.
“Mesmo com essa autorização, o **CAC não tem o direito de portar armas de fogo no dia a dia. Se um CAC for flagrado com armamento ilegal, além de responder criminalmente, pode perder sua autorização para possuir armamento legalizado”, explicou Franchi.
Defesa alega regularidade das armas
A defesa do empresário afirmou, por meio de nota, que todas as armas e munições possuem registro e que seu cliente tem autorização para comercializá-las. Além disso, destacou que mais detalhes sobre o caso serão apresentados no decorrer do processo.