O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) adiou para 2025 o julgamento dos quatro policiais militares acusados no caso Patrícia Amieiro, engenheira que desapareceu em junho de 2008 após seu carro ser atingido por tiros. O júri popular estava marcado para o próximo dia 20 de junho, mas foi remarcado para 11 de fevereiro de 2025, atendendo a um pedido da defesa dos policiais.
Patrícia Amieiro desapareceu em 14 de junho de 2008, aos 24 anos, na Barra da Tijuca, quando voltava de uma festa na Zona Sul do Rio. Segundo a denúncia, seu carro foi atingido por tiros disparados por policiais militares, que teriam retirado o corpo do veículo e jogado o carro no Canal de Marapendi para encobrir o homicídio. O corpo de Patrícia nunca foi encontrado.
Os PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento são acusados de tentativa de homicídio, enquanto Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira enfrentam acusações de fraude processual. No primeiro julgamento, em dezembro de 2019, Marcos e William foram condenados a três anos de prisão por fraude processual, mas absolvidos da acusação de tentativa de homicídio. Fábio e Marcos foram absolvidos de todas as acusações.
A família de Patrícia criticou o novo adiamento, acusando a defesa dos policiais de usar “manobras jurídicas” para evitar o julgamento. Em comunicado, afirmaram que “essa será a última vez que nossa família dará um voto de confiança para Justiça” e que esperam que o júri aconteça na data marcada.
O caso ganhou uma nova reviravolta em setembro de 2020, quando uma testemunha, um taxista que estava atrás do carro de Patrícia no momento do incidente, apresentou um depoimento ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Ele afirmou ter visto Patrícia ser retirada do carro ainda viva e que ela estava se mexendo quando foi retirada pelos policiais. O Tribunal de Justiça acolheu esse depoimento, que foi anexado ao processo, apesar da tentativa dos acusados de desconsiderá-lo.
A família de Patrícia continua aguardando justiça e confia que a verdade prevalecerá no julgamento marcado para 2025.