
A inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais no Brasil apresenta avanços significativos, mas continua enfrentando desafios persistentes que dificultam sua plena efetividade. Nos últimos anos, houve crescimento tanto no número de matrículas na educação especial quanto na integração de estudantes em classes comuns. Em 2023, o país registrou 1,8 milhão de matrículas na educação especial, representando 3,7% das matrículas da Educação Básica, um aumento considerável em relação a 15 anos atrás. Embora não haja um dado oficial para novembro de 2025, a pesquisa do Censo Escolar mais recente, referente a 2024, indica que o número de matrículas atingiu cerca de 2,1 milhões, o que representa um crescimento de 17,2% em relação a 2023.
Apesar desse progresso, a inclusão ainda enfrenta obstáculos estruturais e sociais. Muitas escolas não possuem infraestrutura acessível, como rampas, banheiros adaptados e mobiliário adequado. A formação de professores ainda é insuficiente, e há escassez de profissionais capacitados para lidar com a diversidade de necessidades, bem como falta de materiais pedagógicos adaptados. Além disso, o preconceito social permanece como barreira, limitando a participação plena de crianças e adolescentes com necessidades especiais. Embora o Brasil conte com um arcabouço legal robusto que garante o direito à educação inclusiva, a implementação efetiva na prática ainda é um desafio constante, exigindo iniciativas inovadoras e comprometimento de profissionais dedicados.
É nesse cenário que se destaca Camila Balbo, psicóloga com mais de 12 anos de atuação voltada à inclusão de crianças e adolescentes com necessidades especiais. Especialista em docência no ensino superior e com formação e experiência em teologia no Brasil e nos Estados Unidos, Camila desenvolve programas que conectam escola, família e comunidade, oferecendo orientações práticas, rotinas claras e acompanhamento contínuo para garantir que a inclusão ultrapasse o papel da legislação e se concretize no cotidiano de estudantes, educadores e famílias. “Nosso maior desafio é transformar políticas em práticas reais, onde cada criança se sinta reconhecida e capaz de participar plenamente”, afirma Camila.
Ao longo de sua carreira, capacitou equipes de professores, orientou famílias com linguagem acessível e ajudou comunidades a derrubar barreiras de participação e a combater o estigma, aproximando teoria e prática de forma humanizada e efetiva. “Cada pequeno avanço na inclusão é uma conquista de todos — educadores, famílias e comunidade — e mostra que estamos no caminho certo para uma educação mais justa e acolhedora”, completa.
Camila Balbo é autora do Método PÉROLA, uma abordagem neuroinclusiva, prática e humanizada, que organiza passos simples para o dia a dia de quem cuida e educa. No seu livro Caminhos de Amor, ela reúne experiências e referências que inspiram ambientes mais acolhedores e promovem a participação ativa de crianças e jovens, principalmente aqueles com necessidades especiais. “Cada criança tem um jeito único de aprender e se expressar, e nosso papel é criar caminhos que respeitem isso, facilitando o desenvolvimento e a participação plena de todos”, acrescenta. Ela reforça ainda: “A inclusão não é apenas um direito garantido por lei; é uma prática diária que exige atenção, amor e comprometimento de todos ao redor da criança”.
O trabalho de profissionais como Camila demonstra que, embora o Brasil tenha alcançado avanços expressivos na educação inclusiva, é a dedicação e a inovação de especialistas comprometidos que garantem resultados concretos, transformando vidas e mostrando que uma educação verdadeiramente inclusiva é possível quando conhecimento, sensibilidade e ação prática caminham juntos. “Ver uma criança sorrir porque finalmente conseguiu se expressar, ser compreendida e se sentir parte do mundo é um momento que faz qualquer um chorar de emoção — é a prova de que cada esforço vale a pena”, conclui Camila Balbo
