Substituição na Alerj: Novo Relator Designado para Processo de Cassação de Lucinha

Na mais recente atualização do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, ocorrida nesta quarta-feira (10), houve uma mudança significativa na relatoria do processo envolvendo a deputada Lucinha (PSD). Inicialmente designado para o cargo, o deputado Felipinho Ravis (Solidariedade) foi substituído por Vinícius Cozzolino (União Brasil), conforme publicado no Diário Oficial.

O processo em questão visa investigar possíveis irregularidades relacionadas à deputada Lucinha, que foi alvo da Operação Batismo em dezembro passado, conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A operação investiga a suposta ligação política de Lucinha com a milícia liderada por Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, embora a deputada refute qualquer envolvimento com o grupo paramilitar.

A substituição de Ravis por Cozzolino na relatoria do processo ético-disciplinar contra Lucinha foi conduzida pelo presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), após uma articulação entre os membros do conselho, como informado no Diário Oficial.

Há especulações nos bastidores de que a saída de Ravis da relatoria possa estar relacionada à sua possível nomeação para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços no governo de Claudio Castro (PL).

É relevante notar que Vinícius Cozzolino tem um histórico familiar controverso na política estadual, sendo sobrinho da ex-deputada estadual Jane Cozzolino, cassada pela Alerj em 2008 por falta de decoro parlamentar. Jane foi acusada de envolvimento em um esquema de fraude do auxílio-educação, que resultou na cassação de outros parlamentares na época.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alerj, que havia começado a dar continuidade ao processo ético-disciplinar contra Lucinha, interrompeu os trabalhos na semana passada. Em sua primeira reunião, o colegiado decidiu solicitar atualização de provas da investigação à Justiça e suspendeu os trabalhos por até 15 dias úteis.

A suspensão dos prazos processuais foi motivada pela necessidade de atualização das provas anexadas ao processo, considerando o duplo grau de sigilo atribuído ao caso e o andamento do inquérito policial. O Conselho de Ética espera receber as evidências atualizadas antes de tomar uma decisão final, que será votada pelo plenário da Alerj.

A investigação sobre Lucinha e seu eventual afastamento do cargo só serão efetivados mediante aprovação da maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, 36 dos 70 membros da Casa. Este processo tem sido marcado por uma série de reviravoltas e suspensões desde o seu início, refletindo a complexidade e a sensibilidade das questões envolvidas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *