Investigado por Golpes em Aplicativos de Namoro: Mais Vítimas se Manifestam Após Prisão no Rio

Delegado revela que vítima se dirigiu à delegacia na Zona Oeste do Rio. Tayara Banharo, uma das vítimas de Caio, declarou que duas mulheres a contataram e se ofereceram para acompanhá-la à delegacia em São Paulo.

A captura de Caio Henrique Camossato, sob investigação por estelionato contra 11 mulheres no Rio de Janeiro e em São Paulo, resultou na apresentação de pelo menos 3 novas vítimas em diferentes delegacias com informações sobre ele. A revelação do caso e da prisão foi feita pelo Fantástico.

Tayara Banharo, uma das mulheres que já denunciaram Caio, afirmou que mais 2 supostas novas vítimas entraram em contato com ela e se propuseram a ir à delegacia para registrar queixa contra ele.

“De ontem para hoje, cerca de 10 mulheres já se aproximaram de mim sobre o Caio: algumas mencionaram que o relacionamento com ele não progrediu, enquanto outras afirmaram terem sido gravemente prejudicadas por ele. Uma delas relatou ter perdido seu carro e vendido seu apartamento por causa dele”, relatou ao g1.

Tayara mencionou que, em um dos primeiros encontros, Caio solicitou dinheiro. Ela chegou a emprestar R$ 1 mil, que foram devolvidos um mês depois. No entanto, ela ressalta que permaneceu desconfiada:

“O valor não era alto. Mas quando fiz esse empréstimo, fiquei alerta. Felizmente, consegui reagir rapidamente”, explicou. Caio já havia sido tema de uma reportagem no Fantástico em 2023.

A defesa de Caio Henrique Camossatto alega que as acusações carecem de fundamento, considerando que o que está sob investigação não constitui crime, mas uma questão civil, ou seja, viola o acordo entre as partes. A defesa sustenta que sua prisão é arbitrária e ilegal.

No Rio, uma vítima dirigiu-se à 34ª DP (Bangu), onde a investigação contra ele foi iniciada no estado. O delegado titular, Fábio Souza, descreveu o modus operandi de Camossato:

“Ele conhecia as mulheres através de sites de relacionamento. Em seguida, começava um relacionamento, contando histórias, afirmando ser fazendeiro, produtor musical e ter uma situação financeira estável”, lembrou.

“Após um período, ele inventava uma desculpa. No caso que investiguei, ele afirmou que venderia a fazenda e precisava de dinheiro para um aporte. A mulher emprestava o dinheiro, e depois ele desaparecia sem pagar”, explicou o delegado.

Para Fábio, não há dúvidas de que Caio continuou com o mesmo padrão até sua prisão.

Segundo as investigações, a dívida dele com pelo menos 11 mulheres ultrapassa R$ 1,8 milhão. Apenas uma vítima repassou R$ 500 mil a Caio. A pena prevista é de 5 anos de prisão.

A armadilha Caio, investigado em São Paulo em pelo menos cinco casos, já havia sido condenado por estelionato em 2019, mas a pena foi convertida para prestação de serviços comunitários, os quais ele nunca realizou.

Assim que viu a reportagem, Tayara entrou em contato com algumas mulheres que já estavam organizando um grupo para monitorar e denunciar o estelionatário.

Como Caio continuava utilizando o cartão de crédito de uma delas, foi possível rastreá-lo. O grupo de mulheres descobriu quando Caio reativou suas contas em redes sociais e em um aplicativo de relacionamento.

Elas armaram uma cilada. Tayara então criou um perfil falso em um aplicativo para atrair o estelionatário. O grupo de mulheres acompanhou cada troca de mensagens.

“Conversamos com ele pelo WhatsApp até obtermos o mandado de prisão. Quando o mandado de prisão foi emitido, marquei um encontro com ele”, revelou Tayara.

Em 22 de março, em vez de encontrar a personagem fictícia criada por Tayara em um restaurante do Rio, Caio encontrou a polícia.

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