Frigorífico comprou toneladas de carne apodrecida de empresa investigada no RJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia do Consumidor (Decon), identificou um frigorífico que adquiriu 800 toneladas de carne bovina estragada de uma empresa carioca investigada por vender alimentos impróprios para o consumo. A carne, que incluía cortes nobres, havia sido submersa durante as enchentes que atingiram Porto Alegre (RS) em maio de 2024 e passou por um processo de maquiagem para ser revendida.

Na manhã desta quarta-feira (22), quatro pessoas foram presas durante uma operação conjunta entre a Decon do Rio de Janeiro e a Delegacia do Consumidor do Rio Grande do Sul. As autoridades também cumpriram oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados no município de Três Rios, na Região Centro-Sul Fluminense.

Fraude e adulteração da carne

Segundo o delegado Wellington Pereira Vieira, a carne estragada apresentava sinais de deterioração causada pela lama e água acumuladas durante as enchentes. Esses sinais foram removidos ou maquiados para disfarçar os danos e possibilitar a revenda:
“Aquela deterioração provocada pela lama e pela água deixou alguns efeitos deletérios. Esses efeitos foram maquiados para fazer a revenda.”

A carne adulterada foi distribuída para o frigorífico investigado, mas a polícia ainda apura o alcance da operação e o possível envolvimento de outros estabelecimentos.

A investigação teve início em maio de 2024, logo após as enchentes no Rio Grande do Sul, que devastaram várias áreas de Porto Alegre e comprometeram alimentos armazenados em frigoríficos locais. A parceria entre as delegacias do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul foi essencial para identificar o esquema criminoso.

Os sócios da empresa investigada estão entre os presos e podem responder por crimes contra a saúde pública, fraude comercial e associação criminosa.

Impactos na saúde pública

A venda de carne adulterada representa um grave risco à saúde da população, podendo causar intoxicações alimentares e outros problemas graves. A operação reforça a importância da fiscalização rigorosa em todas as etapas da cadeia alimentar para evitar que alimentos impróprios cheguem às prateleiras dos consumidores.

As investigações continuam para identificar possíveis cúmplices e apurar o destino das carnes adulteradas. As autoridades também pedem atenção à população, reforçando a importância de denunciar práticas suspeitas envolvendo alimentos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *