Três figuras importantes ligadas ao caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes foram detidas no último domingo (24). Domingos e Chiquinho Brazão, irmãos suspeitos de serem os mandantes do crime, juntamente com o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, foram presos com base em evidências que os conectam aos outros envolvidos na trama.
Os irmãos Brazão foram detidos sob a acusação de ordenar o assassinato de Marielle e Anderson em março de 2018. Rivaldo Barbosa, ex-chefe policial, também foi preso por suspeita de planejar o crime e obstruir as investigações.
Documentos do Supremo Tribunal Federal e o relatório final da Polícia Federal revelam as conexões entre os suspeitos envolvidos no assassinato. Essas conexões destacam como Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa estão ligados aos outros suspeitos, incluindo os executores do crime, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.
As prisões ocorreram após a homologação da delação de Ronnie Lessa, que está detido desde março de 2019, acusado de ser o atirador responsável pelas mortes de Marielle e Anderson.
Os suspeitos foram detidos no Rio de Janeiro e transferidos para um presídio federal em Brasília. Dois deles serão levados para prisões federais em outros estados.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, declarou que a resolução deste caso representa uma “vitória do Estado brasileiro”, afirmando que os trabalhos investigativos estão encerrados.
O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes ocorreu em 14 de março de 2018, enquanto eles estavam a caminho do Centro do Rio de Janeiro. O carro em que estavam foi seguido desde a Lapa, onde Marielle participara de um debate. Na esquina do bairro do Estácio, um veículo prata emparelhou com o carro de Anderson, e disparos foram efetuados do banco de trás, resultando na morte de Marielle e Anderson.
As investigações apontam Ronnie Lessa como o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, enquanto Élcio de Queiroz foi o motorista do veículo utilizado no crime. A dupla foi presa quase um ano depois do ocorrido, em março de 2019.
Quanto aos mandantes do crime, a Polícia Federal indica os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. O inquérito aponta que Rivaldo Barbosa, o ex-chefe da Polícia Civil, esteve envolvido no planejamento do crime e na obstrução das investigações.
Domingos Brazão iniciou sua carreira política no Rio de Janeiro antes de seu irmão, Chiquinho. Já ocupou cargos como vereador, deputado estadual e atualmente é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Envolvido em polêmicas, suspeitas de corrupção e ligação com quadrilhas e milícias, ele também foi acusado de envolvimento em um assassinato.
Chiquinho Brazão foi vereador por 14 anos antes de se tornar deputado federal em 2019, após renunciar ao cargo municipal. Durante seu mandato na Câmara Municipal do Rio, conviveu com Marielle.
Rivaldo Barbosa foi chefe da Polícia Civil do RJ na época do atentado, sendo nomeado para o cargo um dia antes do crime. Antes disso, liderou a Divisão de Homicídios e atualmente atua como coordenador de Comunicações e Operações Policiais na instituição.