Comando Vermelho cria provedor de internet e obriga moradores a pagar pelo serviço

A facção domina o mercado de fibra ótica e impede a entrada de empresas formais sob ameaça de fuzilamento

O Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro, está ampliando suas atividades, assumindo o controle de serviços fundamentais além do tráfico de drogas.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) descobriu que a facção implementou o provedor ilegal “CVNet” em áreas sob seu domínio, garantindo grandes lucros e consolidando sua influência local.

Numa operação recente no bairro Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio, agentes desvendaram o funcionamento do CVNet. A facção monopoliza o mercado de fibra ótica, proibindo que empresas legais atuem na região, sob risco de serem recebidas a tiros.

Durante a ação, realizada nesta semana, as autoridades apreenderam equipamentos roubados de concessionárias legítimas, que passarão por perícia para identificar os responsáveis.

Monopólio do Comando Vermelho

A prática já foi identificada em várias comunidades do Rio e em outras regiões do Brasil.

Quatro funcionários do provedor ilegal foram encaminhados à delegacia para prestar depoimento, enquanto o líder do negócio, ausente na ocasião, responderá por receptação qualificada.

Desta forma, o Comando Vermelho cobra tarifas abusivas dos moradores, instituindo monopólios sobre os serviços e impedindo a entrada de operadoras oficiais.

Essa tática gera altos ganhos financeiros, que posteriormente são utilizados para adquirir armamentos, entorpecentes e expandir a área de domínio, nutrindo disputas entre diferentes facções.

Com o controle de serviços essenciais, o crime organizado estabelece uma relação de dependência com a comunidade, obrigando os moradores a colaborar com as atividades ilícitas.