O mercado de capitais é fundamental para a intermediação de recursos entre os investidores que buscam rentabilidade e empresas ou as entidades que precisam de capital para financiar projetos. Este tipo de mercado está separado em primário, onde os títulos são emitidos pela primeira vez, e secundário, onde esses títulos são comprados e vendidos entre os investidores.
Quando falamos em desenvolvimento econômico, é importante citar a agenda ESG, pois este conceito vem crescendo e se tornando uma promessa para a economia global. Sendo assim, o mercado de capitais vem demonstrando cada vez mais o interesse em cumprir os critérios desta agenda. E esta é uma tendência que reflete uma transformação em todo o paradigma de investimento e negócios, já que as empresas enxergam a sustentabilidade, boa governança e os aspectos sociais como uma parte integral da estratégia de investimentos e operações empresariais.
O Brasil vem se preparando para se tornar um líder em investimentos sustentáveis. O crescimento de fundos de investimento focados em ESG, bem como a emissão de títulos verdes e sociais, são exemplos de como o nosso mercado está se adaptando às novas demandas dos investidores.
Importante destacar que os produtos com caráter ESG estão em uma gama de setores que incluem financiamentos sociais, tecnologia e energia renovável..
Outro ponto importante é que as práticas empresariais estão se tornando um pré-requisito para atrair os investimentos baseados na agenda ESG. Com isso, as empresas que divulgam relatórios de sustentabilidade regularmente e seguem padrões reconhecidos tendem a receber mais reconhecimento.
Mas, embora os produtos com foco ESG aparentem serem menos arriscados devido à abordagem responsável, eles também podem estar sujeitos a riscos específicos relacionados às mudanças regulatórias ou de reputação no mercado.
Com relação às mudanças regulatórias, um dos principais desafios enfrentados pelo mercado de produtos ESG no Brasil é a ausência de uma padronização clara na definição do que é um investimento “sustentável”. Isso pode levar à falta de confiança entre os investidores.
Outro desafio é que os investidores ainda não estão familiarizados com os conceitos ESG ou não conhecem a importância. Sendo assim, é essencial haver mais educação financeira em torno desses temas.
Por fim, destaco que, embora o Brasil tenha avançado em termos de regulamentação, ainda existem lacunas que precisam ser preenchidas. Dentre elas, a criação de normas específicas para produtos ESG, que, sem dúvidas, ajudaria a aumentar a confiança do investidor.
No entanto, embora existam desafios a serem superados, há inúmeras oportunidades para inovação e crescimento.
Sobre o autor
Edmilson Gama é especialista em Governança Corporativa e Compliance, advogado, engenheiro e mestre em economia. Possui livros publicados em finanças empresariais e governança corporativa, e atualmente atua como CFO do BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.