Chefe da Polícia Civil é detido sob suspeita de planejar o assassinato de Marielle Franco e obstruir investigações
O ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, encontra-se sob custódia policial após ser implicado como peça-chave no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Barbosa é acusado de ter planejado o homicídio de Marielle e de ter liderado uma trama para obstruir as investigações relacionadas ao crime. De acordo com as autoridades, o assassinato teria sido encomendado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, devido à atuação da vereadora contra loteamentos ilegais em áreas dominadas por milícias.
Barbosa, que ocupava o cargo de chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro no momento do crime, anteriormente havia dirigido a Divisão de Homicídios e antes disso, chefiou a Delegacia de Homicídios da Capital. Segundo a Polícia Federal (PF), ele é fundamental para desvendar as operações das chamadas “máfias” envolvidas na execução e na ocultação de crimes no estado.
As investigações revelaram a existência de um esquema de corrupção na Delegacia de Homicídios, supostamente liderado por Barbosa, em conluio com contraventores para evitar a investigação de crimes relacionados a jogos ilegais. O interesse do ex-chefe da Polícia Civil, conforme fontes, estava voltado para ganhos financeiros. Relatórios indicam que empresas de consultoria abertas por sua esposa, coincidindo com o período em que Barbosa assumiu a delegacia de homicídios, movimentaram milhões de reais, sugerindo possíveis atividades de lavagem de dinheiro.
As defesas dos acusados negam as alegações. No entanto, espera-se que novas delações, incluindo a de Barbosa, possam contribuir para a resolução de numerosos casos, conforme indicado por fontes próximas às investigações. Até o momento, não houve resposta do advogado Alexandre Dumans, que representa o ex-policial civil.